sexta-feira, janeiro 29, 2010

Violência no Namoro




Violência no Namoro este problema tem vindo a aumentar ano para ano, hoje em dia 1 em cada 4 jovens sofre de violência no namoro, pelas estatísticas da Associação Portuguesa de Apoio a Vitima mais conhecida por APAV em 2007 existiam 256 casos conhecidos pela associação e em 2008 houve conhecimento de 321 casos, o que comprova a teoria que este problema se tem vindo a se agravar, na nossa comunidade escolar realizamos um questionaria a 23 alunos entre os 17 e os 21 anos, 17 raparigas e 6 rapazes, nesse grupo as suas primeiras relações amorosas deram se entre o 7 e 20 anos com mais incidência nos 11, 13 e 15 anos de idade, neste questionário apenas 1 dos inquiridos sofreu de violência no namoro, mas não recorreu a nenhum tipo de ajuda, mas no que diz respeito a presenciar essas situações 67% dos inquiridos responderam que sim, já presenciaram um situação destas, e só por este simples facto mostra que as estatísticas estão certas. Na maioria das opiniões diz se que uma pessoa continua com a outra por acreditar que o agressor pode mudar e no caso de um(a) amigo(a) estar nessa situação 52% tentava fazer essa pessoa ir procurar ajuda, 39% diz que acompanharia o amigo em causa a fazer queixa e os restantes 9% responderam que os esconderia na sua casa. E fizemos uma pergunta para sabermos as suas opiniões sobre o assunto e obtivemos 3 tipos de resposta diferentes, “ violência não é amor”,”a causa deste problema existir é o facto de não haver respeito mútuo na relação”e “a violência não resolve nada”.

O que é a violência de namoro?

Agora, o que realmente interessa o que é a violência no namoro? A violência no namoro acontece quando numa relação amorosa um quer exercer o controlo sobre o outro para obter o que deseja, este tipo de violência acontece quando o rapaz acha que tem o poder de tomar decisões pela namorada, que ele de se dar ao respeito e que como é homem tem de agir de forma agressiva e de usar a sua força física, e quando a rapariga acredita que os ciúmes e os sentimentos de posse significa que o rapaz a ama, que são sempre as responsáveis pelos problemas na relação e que não podem recusar ter relações sexuais. O que queremos deixar claro é que ninguém tem o direito de tomar decisões por ti, o respeito foi se obtendo, e não é a partir da violência assim só conquistarás o medo do(a) teu/tua companheiro (a) não o respeito, cada um é como é e não és menos homem se fores sensível ou emotivo, uma relação é entra duas pessoas logo a culpa não pode ser sempre da mesma, para uma relação funcionar têm de falar entre si sobre os seus problemas e o que acha que esta mal na relação para tentarem que o outro entenda e possa respeitar a tua opinião e por fim mas não menos importante o acto sexual é um acto que deve ser feito de livre e espontânea vontade, não só porque um quer tem de ser vontade dos dois, caso se disseres que não e ele(a) insistir e levar-te a faze-lo a força, mesmo sendo teu/tua namorado(a), é considerado violação. A violência nas relações amorosas não têm fronteiras não escolhe estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, pode e ocorre em todos os casais sejam eles heterossexuais ou homossexuais. Por esses motivos vamos lutar contra a violência no namoro.

Mitos e a Realidade sobre a Violência no namoro?

Existem alguns mitos sobre a violência no namoro, nós vamos dar 3 exemplos e mostrar a realidade:

Mito: A violência não é uma situação seria nem comum.

Realidade: Quando se fala na violência entre casais pensa se na violência doméstica, que é um problema semelhante com as diferenças das idades em que ocorre o estado civil que no caso de violência doméstica o casal é casado ou está junto, ou seja, partilham a mesma residência. Na realidade a violência entre casais não é só um problema dos adultos, como se pode confirmar a partir dos dados estatísticos a cima mencionados os casos de violência em casais de adolescentes tem vindo a aumentar, logo também existe nas relações amorosas dos adolescentes e é igualmente sério e, infelizmente, comum.

Mito: As vítimas desses maus tratos gostam de ser tratadas assim, porque se não terminariam a relação.

Realidade: Ninguém gosta de ser mal tratado, mas existem variadas razões para as vitimas não terminarem a relação, e esse processo pode vir a agravar a situação caso o agressor não aceitar o fim da relação.

Mito: Um (a) rapaz/rapariga grita ou bate porque gosta da namorada(o).

Realidade: Existe um velho ditado que diz “Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti!” não poderia haver algo mais errado que isso, pelo menos no sentido literal da frase, uma agressão não é, nem nunca foi uma prova de amor. Quando se agride a(o) namorada(o) é só na tentativa de assumir o controlo sobre ela (e). Quando se gosta de alguém respeita se não se agride.
Adaptado de: www.mccsmcrd.com

Sinais de que estas a viver uma realação violenta?

Uma situação de violência no namoro tem vários sinais tais como belisca-te, empurra-te, arranha-te, dá-te ordens ou tomar todas as decisões, não dá valor as tuas opiniões, é ciumento e possessivo, não quer que saias com as tuas amigas e amigos, controla todos os teus movimentos (ou seja está sempre a fazer perguntas tais como,” Onde estas?”,” Com quem?”, “A fazer o que?”), humilha-te à frente das tuas amigas e amigos (insulta-te, diz que nada serias sem ele, entre outras coisas), culpa-te pelos comportamentos violentos dele, assusta-te, tens medo da reacção dele quando dizes ou fazes alguma coisa, pressiona-te para terem relações sexuais, para terem relações sexuais não protegidas ou práticas sexuais não desejadas por ti, pressiona-te a consumir álcool ou outras drogas que te poderão desinibir sexualmente, intimida-te, não aceita que queiras terminar a relação, ameaça espalhar rumores se acabares com a relação, fazer mal a alguém ou a ele próprio e/ou oferece-te prendas em excesso, especialmente após um comportamento violento.
Se estas situações tiverem a acontecer lembra-te que tens o direito de não ter namorado(a), expressar as tuas ideias, expressar os teus sentimentos, mesmo sendo negativos, tomar as tuas decisões sozinha(o), viver sem medo, ter tempo para ti, gastar o teu dinheiro como bem entendes, ser apoiada(o) e ouvida(o) pela tua família e amigas (os), escolher as tuas amigas e amigos, expressar as tuas convicções, competências e talentos e decidir se queres participar em actos sexuais ou não.
Traduzido de: http://www.teenrelationships.org/

O porque de manter uma relação violenta?

Muitas vezes aparece esta pergunta, “Porque é que uma jovem mantém uma relação violenta?” existem muitas razões, mas o que acontece na maioria dos caso é que os actos violentos não são constantes, e, geralmente, após a uma situação de violência existe uma fase, que tem o nome de “Lua-de-mel”, nesta fase o agressor tenta desresponsabilizar-se, pedindo desculpa, oferecendo presentes e, o que mantém a relação, a promessa que nunca mais se irá repetir uma situação semelhante. A vitima, como gosta realmente do sei companheiro, nessa face acredita que ele irá mudar, mas para alem dessa razão existem outras tais como o que os nossos amigos pensam de nós, porque lhes é importante o facto de ser aceite, o facto do namorado pertencer ao mesmo grupo de amigos também deixa a vitima insegura por não saber a quem os amigos vão apoiar, a vergonha e o medo.


Conselho: É necessária muita, coragem e força para acabar um namoro que não seja violento, e ainda mais difícil é terminar um que o seja. Agora, quando se é agredido pelo (a) companheiro (a) deve se terminar de imediato a relação, os teus verdadeiros amigos vão te apoiar e vão perceber a situação, se ele for do mesmo grupo de amigos se eles realmente forem teus amigos irão ficar do teu lado não do dele (a), mas não lhes imponhas que eles lhe deixem de falar pois é algo que está errado, não tenhas vergonha quem procedeu mal foi ele não tu e tenta andar sempre acompanhada (o) e caso de alguma abordagem ofensiva ou que ele (a) anda constantemente a perseguir-te informa as autoridades e mantém os teus familiares informados de onde estás.

Consequências de uma relação amorosa violenta?

A violência no namoro tem muitas consequências na saúde do jovem tanto em termos físicos como psicológicos. Aqui estão alguns exemplos das consequências que este problema traz, a perda de apetite o que leva a perda excessiva de peso, dores de cabeça, nódoas negras, hematomas, queimaduras de ácidos ou pontas de cigarros, nervosismo, tristeza, ansiedade, sentimentos de culpa, baixa auto-estima, confusão, depressão, isolamento, gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, baixa dos rendimentos escolares ou abandono escolar ou até mesmo o suicídio.

O que fazer em caso de um amigo que sofra de violência no namoro?

Vamos dar aqui alguns conselhos caso um (a) amigo (a) esteja com este problema. E muito importante que ele (a) repare que está a viver uma relação amorosa violenta. Para apoia-lo (a) e encoraja-lo(a), após ele (a) perceber que vive um namoro violento, podes dizer-lhe que a violência no namoro é crime e pode ser punido por lei, tem o direito de viver sem sofrer de violência e que tem de ser respeitada pela (o) namorada (o). Tenta convence-lo (a) a falar com que a possa auxiliar e informar como por exemplo a directora de turma, um familiar, um psicólogo da escola ou uma associação de apoio como a APAV. Se na tua expectativa ele(a) corre perigo eminente e não consegue falar com ninguém, diz-lhe que irás procurar ajuda de alguém de confiança.
O fim da relação não significa o fim da violência! Por vezes a(o) ex-namorada(o), não aceita o facto de a relação ter terminado, e continua a perseguir e a controlar todos os passos que o (a) namorado (a) dá. Quando isso acontece é importante que a vítima mude de número de telemóvel, de e-mail, a fechadura do cacifo da escola caso tenha, procurar caminhos alternativos para os locais que frequenta, andar sempre acompanhado (a), falar da situação com a pessoa de confiança que possa apoiar numa situação de emergência e gravar no telemóvel os contactos necessários em caso de emergência.

Código Penal em caso de violência no namoro

Artigo 143ºOfensa à integridade física simples
1 - Quem ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - O procedimento criminal depende de queixa, salvo quando a ofensa seja cometida contra agentes das forças e serviços de segurança, no exercício das suas funções ou por causa delas.
3 - O tribunal pode dispensar de pena quando:
a) Tiver havido lesões recíprocas e se não tiver provado qualquer dos contendores agrediu primeiro) O agente tiver unicamente exercido retorsão sobre o agressor.(redacção da L 100/2001 de 25/08)

Artigo 144ºOfensa à integridade física grave
Quem ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa de forma a:
a) Privá-lo de importante órgão ou membro, ou a desfigurá-lo grave e permanentemente;
b) Tirar-lhe ou afectar-lhe, de maneira grave, a capacidade de trabalho, as capacidades intelectuais ou de procriação, ou a possibilidade de utilizar o corpo, os sentidos ou a linguagem;
c) Provocar-lhe doença particularmente dolorosa ou permanente, ou anomalia psíquica grave ou incurável; ) Provocar-lhe perigo para a vida;é punido com pena de prisão de 2 a 10 anos.

Por isso não te esqueças, podes apresentar queixa na PSP ou na GNR.



Como o agressor mantém a relação?

O agressor neste tipo de violência é o namorado. E este tem varias maneiras de manter a vítima no seu poder com por exemplo maltrata-a, fisicamente, verbalmente e/ou emocionalmente, e de seguida demonstra arrependimento. Promete que não volta a magoá-la, compra presentes, flores, bombons e outras prendas com a intenção de ser perdoado e ganhar de novo a confiança da sua companheira. Isto para evitar que a namorada (o) o(a) deixe. Estes comportamentos geram confusão para a vítima e alimentam esperanças que ele (a) vai mudar, que vai voltar a ser como antes e que foi uma situação passageira. Pode também culpabilizar a companheira pelo seu comportamento violento, ou seja, não se responsabilizando pelos seus actos, (Por exemplo: Quando a namorada diz alguma coisa que ele não gosta, diz que ela foi mal criada e merece ser castigada por isso) usar o álcool e/ou o abuso de substâncias para justificar os seus comportamentos violentos, (no entanto, quando o agressor não se encontra sobre o efeito do álcool ou de outras substâncias, maltrata na mesma a sua companheira) controlar os horários da sua companheira, as horas a que entra e sai de casa e pedir justificações se ela se atrasar, ligar-lhe constantemente, para saber onde está, com quem está e o que está a fazer e usar a força ou chantagem emocional para gerar medo. Por exemplo: Dizer que se mata se ela (e) o (a) deixa.

Serviços de apoio:

Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, funciona pelo telefone, através do número 144 – 24 horas por dia. Proporciona alojamento de emergência e encaminha para recursos na comunidade

Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
Serviço de informação, anónimo, confidencial e gratuito, funciona pelo telefone, através do número 800 202 148 - 24 horas por dia.

APAVAssociação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares.
Número único: 707 20 00 77
Morada (sede): Rua do Comércio, 56 - 5º,1100 - 150 LISBOA
Telefone: 218 854 090 Fax: 218 876 351
E-mail: apav.sede@apav.pt
Horário: 10H00 -13H00 / 14H00 - 18H00 (dias úteis)